quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Acusado de matar a companheira em Joinville ganha liberdade após depoimento

Luiz Carlos Mellies agrediu a mulher após descobrir caso extraconjugal

O som do marca-passo - espécie de algema colocada em ambos os tornozelos para dificultar a tentativa de fuga - chega a ser irritante quando em contato com o mármore gelado da escadaria do Fórum de Joinville.  É este barulho também que anuncia a proximidade do preso da sala de audiências da 1ª Vara Criminal, incumbida de julgar os processos de crimes contra a vida. Ao longe se escuta a voz do réu, Luiz Carlos Mellies, 32. Na manhã desta terça-feira (13), Luiz sentou-se diante da juíza Karen Francis Schubert para segunda audiência do processo que responde como autor do assassinado da própria esposa, em 19 de março deste ano. Por ter residência e emprego fixo e ser réu primário, o acusado ganhou alvará de soltura durante a audiência. Ele, no entanto, deve manter distância das pessoas ligadas à vítima.
 “Descobri que a minha mulher tinha um amante”, desabafa aos agentes penitenciários, outrora seus colegas de profissão. Luiz está a pouco menos de seis meses encarcerado no Presídio Regional de Joinville, aquela mesma unidade onde antes de tornar-se segurança integrou o quadro de funcionários. Por este motivo, explica a mãe do réu, ele é mantido em uma cela isolada dos demais detentos.  
Ela, que opta em não dar entrevista, esperava do lado de fora da sala a oportunidade de dar um abraço no filho. Conforme denúncia, ele agrediu Andreza Cardoso Amaral, 28, após descobrir pelo Facebook que ela o traía com um vizinho.
A mulher usava outro nome e fotos que não eram suas para acessar a rede social. Luiz descobriu a senha e flagrou mensagens que Andressa trocava com o amante combinando os encontros. Ainda na casa dos pais dela, por volta 17h do dia anterior ao homicídio, ele lhe desferiu um soco no olho. A discussão do casal continuou na casa onde morava com os dois filhos pequenos, no bairro Paranaguamirim.
 De madrugada, Andreza voltou a ser agredida. Ela levou mais tapas no rosto e, segundo alega Luiz, bateu a própria cabeça contra a parede do imóvel, que é de madeira. Enquanto dormia, a vítima apresentou dificuldades para respirar. O réu ligou para o patrão, pois não sabia o que fazer e tinha medo de acionar o socorro e ser preso. Andreza acabou socorrida pelos paramédicos da Polícia Militar e foi levada em parada cardiorrespiratória para o PA Sul, onde morreu cerca de duas horas depois.
Testemunha de defesa
Nesta segunda audiência do caso foram ouvidas as testemunhas de defesa arroladas pelo advogado dativo Márcio Mendes Moraes. Entre elas estava o delegado Wanderson Alves Joana, à frente das investigações. O objetivo dele era comprovar as relações extraconjugais de Andreza através das conversas às quais o delegado teve acesso durante o inquérito. Em uma das mensagens anexas às provas, ela combina de se encontrar com o vizinho após deixar as crianças na escola.
 Ainda de acordo com o delegado, ele se mostrou arrependido de ter agredido a mulher durante seu depoimento. Também colaborou com as investigações e não resistiu à prisão.
Publicado em 14/08/13-08:59 por: Aldo Urban - ND Online

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