Sady Beck Júnior afirmou que orçamento da secretaria é pequeno.
A declaração foi dada pelo secretário adjunto da Justiça e Cidadania, Sady Beck Júnior, em entrevista no Jornal do Almoço desta sexta-feira.
— O orçamento da Secretaria da Justiça e Cidadania é limitado. Infelizmente o Estado não tem como arcar com bloqueio de celular em todas as unidades — disse Sady.
Ao DC, Sady calculou que custaria R$ 1 milhão o aluguel mensal em todos as cadeias, o que avalia como caro. A saída apontada por ele é cobrar das operadoras que cumpram a lei estadual 15.829 que as obriga a instalar os equipamentos.
— Vamos começar a multar as operadoras. A multa inicial é de R$ 50 mil — ressaltou.
Em Florianópolis, no complexo prisional da Agronômica, o custo mensal da locação dos bloqueadores é de R$ 85 mil.
Nesta semana, a RBS TV exibiu reportagens sobre escutas telefônicas em que presos foram mais uma vez flagrados conversando ao celular dentro de prisões catarinenses.
São três mil horas de diálogos de detentos entre si ou com pessoas nas ruas obtidos em monitoramento policial sobre a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
"Há presídios com detentos falando a vontade"
O diretor da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Akira Sato, afirma que vem informando os administradores de presídios e a própria Secretaria da Justiça e Cidadania em cada situação que a polícia detecta a ação de presos ao celular - o secretário Sady afirmou à reportagem ter dificuldade na apuração pela falta de informações fornecidas pela polícia.
— A gente vem trabalhando essa difusão de informações para que eles tomem as devidas providências. Percebemos que são diversos os presídios que ainda possuem telefones e detentos falando a vontade — declarou Akira.
Dois agentes que trabalham no complexo prisional da Agronômica ouvidos pelo DC suspeitam que os aparelhos estejam com defeito e por isso a eficiência esteja em xeque.
— O problema está no presídio Masculino, onde tem ponto cego e estão mal colocados ou mal regulados — comentou um dos agentes.
O secretário disse que vai mandar apurar a atual situação dos aparelhos. Em novembro de 2012, houve denúncia de superfaturamento sobre os bloqueadores. O promotor Aor Steffens Miranda colocou sob suspeita a locação dos equipamentos e os atuais contratos, em Florianópolis.
No mês seguinte, a secretária Ada De Luca conseguiu recurso no Tribunal de Justiça para manter os atuais contratos de locação e de não fazer nova licitação para a contratação.
fonte: Diário Catarinense

